Caminhando...
 
26
Jan 10

(imagem retirada da internet)

 

"No fim tu hás-de ver que as coisas mais leves são as únicas que o vento não conseguiu levar:
- um estribilho antigo;
- um carinho no momento preciso;
- o folhear de um livro de poemas;
- o cheiro que tinha um dia, o próprio vento..."

 

 Mário Quintana

01
Dez 09

 Caminho de cores

(imagem retirada da internet)

 

"Caminho: faixa de terra sobre a qual se anda a pé. A estrada distingue-se do caminho não só por ser percorrida de automóvel, mas também por ser uma simples linha ligando um ponto a outro. A estrada não tem em si própria qualquer sentido; só têm sentido os dois pontos que ela liga. O caminho é uma homenagem ao espaço. Cada trecho do caminho é em si próprio dotado de um sentido e convida-nos a uma pausa. A estrada é uma desvalorização triunfal do espaço, que hoje não passa de um entrave aos movimentos do homem, de uma perda de tempo.
Antes ainda de desaparecerem da paisagem, os caminhos desapareceram da alma humana: o homem já não sente o desejo de caminhar e de extrair disso um prazer. E também a sua vida ele já não vê como um caminho, mas como uma estrada: como uma linha conduzindo de uma etapa à seguinte, do posto de capitão ao posto de general, do estatuto de esposa ao estatuto de viúva. O tempo de viver reduziu-se a um simples obstáculo que é preciso ultrapassar a uma velocidade sempre crescente."


Milan Kundera, in "A Imortalidade"

publicado por Caminhando... às 20:41
26
Nov 09

(imagem retirada da internet)

 

Há uns dias, foi-me dito por alguém por quem tenho grande estima e consideração que aos Amigos (já considerados família) não se agradece.

Esta frase foi-me dita, depois de eu ter agradecido, o facto de me ter sido dado o amparo do seu ombro, quando precisei.

Embora entenda o que quis ser dito com isto, considero que por muita proximidade que se tenha com alguém, o agradecimento faz sempre falta quando é dado um pouco de coração (amor, afecto, atenção.)

O “Obrigado” significa que a atitude que tomaram connosco, nos soube bem, nos fez sentir melhores e mais alegres.

É no fundo um sinal de reconhecimento e apreço por algo que nos fez alguma diferença. Por algo que nos tocou.

 

Considero que o “Obrigado” não deve ser somente feito pela ocorrência imediata de algo, tal como, quando recebemos um presente, nos desejam boas festas, etc, pois acredito que o agradecimento mais sincero, é o que é feito diariamente, mais por atitudes do que pela simples palavra que é dita.

Um "Obrigado" devemos a quem constantemente nos mima, dá atenção, está sempre disponível para nós e no fundo, a quem nos tem verdadeiro Amor e Respeito.

E tanta forma há de o fazer. Seja mimando com bjos de bom dia e boa noite. Seja deixando um bilhetinho de manhã ao pé da máquina do café ou colado no frigorífico, a dizer: “Que tenhas um Excelente dia. Gosto muito de ti.” Seja oferecendo uma flor, ou algo que seja, fora das datas festivas. Oferecer simplesmente pelo prazer de o fazer, e não apenas porque “tem de ser, e fica bem-fazer”.

 

Um "Obrigado" sabe sempre bem a quem o recebe, a quem sobretudo o MERECE.

Ao agradecer, não se está dar a pessoa que nos fez bem, por garantida. Está-se sim, a aumentar/solidificar e mostrar o apreço e amor que se tem por ela.

Ao dar por garantido e ao não agradecer, as boas acções e atitudes que têm para connosco, faz com que a gratidão comece a estagnar, fazendo assim com que não seja dado o devido valor a quem o merece pois, o que é dado começa a ser (mesmo que inconscientemente) desvalorizado.

 

Para terminar: Agradeço e continuarei a faze-lo, dando um pouco de coração a quem também mo dá.

Tal como disse Marcel Proust: “Devemos agradecer às pessoas que nos fazem felizes... São elas os jardineiros encantadores que fazem as nossas almas florescerem.”

15
Out 09

(imagem retirada da internet)

 

"Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem; outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.

Por que tão longe ir pôr o que está perto —
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.

Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, porque és ele."

 

Ricardo Reis, in "Odes"

publicado por Caminhando... às 22:04
08
Out 09

Em tempos, apresentei um trabalho para a disciplina de Ingles e, ontem lembrei-me dele ao falar com uma pessoa amiga.

Já partilhei convosco outro video que fiz - aqui.

Gosto sempre de relacionar pensamentos com palavras, pela simples razão de que, "Uma imagem consegue valer mais do que inúmeras palavras".

 

Está pequenino mas, julgo que dá perceber a ideia.

 

 

Acredito que é possivel manter algo durante muito e longo tempo, sendo essencial para que isso possa acontecer, haver investimento e entrega, constantes.

Acredito também que, muitas relações, amizades, etc, não dão resultado, pelo facto de, por vezes ao gostar muito, damos por garantida a outra pessoa, deixando assim de existir investimento no relacionamento.

E por vezes, mesmo valorizando todos os dias a presença de quem mais estimamos, a vida consegue fazer com que algo que nunca nos passaria pela cabeça que pudesse acontecer, suceda (tal como a morte de alguem proximo por exemplo.)

 

Daí que diga que, o "para sempre" seja muito subjectivo.

 

Amar, Valorizar, estimar, abraçar e beijar são por isso palavras que considero de extrema importância,  serem feitas a quem mais estimamos, Agora, pois o tempo é demasiado traiçoeiro...

Ocorendo algo mau/imprevisivel a algum dos nossos, que choremos pelo facto de não ter sido possivel dar mais, e não pelo que  não foi dado seja por falta de tempo, seja por falta de valorização e apreço. As memórias doiem, mas são sempre um conforto que se tem.

publicado por Caminhando... às 22:29
30
Set 09

(by oohlalala)

(imagem retirada da internet)

 

Muitas coisas e pessoas passam por nós. Grandes momentos, pequenos momentos. Mas, o que realmente nos toca são as coisas mais simples como:

 

Ver o pôr-do-sol

Ver e mergulhar o olhar na imensidão do mar

Sentir o sol e a chuva no rosto

O cheiro doce das flores

A gargalhada de uma criança

O sorriso terno de um idoso

O entrelaçar das mãos que aquece o coração

O dar beijos de bom dia e abraços de boa noite e, ter a bonita e calorosa sensação de que, cada dia é um privilégio pois, é mais um em que se pode estar com quem mais nos preenche o coração.

 

Estou aqui por isso, vou somente aproveitar e:

Vou sentir! Vou cheirar! Vou abraçar! Vou olhar! Vou beijar! Vou dar! Vou sorrir!

 

 (by marc)

(imagem retirada da internet)

24
Set 09

(imagem retirada da internet)

 

Tudo tem um inicio e um fim, sendo que, não é pelo fim já estar próximo que haja lugar para o desrespeito, opinião esta, que expressei neste post.

 

Fui educada tendo, entre outros, o respeito como principal valor a ser defendido.

Toda a gente é digna de respeito, tendo obviamente que se fazer por merece-lo mas, os idosos são pessoas que são, para mim, não só dignas de respeito como de uma imensa admiração. Respeitar o idoso é valorizar a experiência de vida, o conhecimento, a sabedoria acumulada de quem viveu e aprendeu, de quem sofreu, de quem tem um passado e uma história, de quem colaborou para a construção deste mundo e de quem deu a vida a quem hoje é jovem.

Algo que imagino muito complicado é o envelhecimento. A perda de capacidades, o corpo a não acompanhar a mente sã e a noção de que, por ser idoso, já se é facilmente posto de parte pela sociedade, fazendo com que a solidão faça parte integrante dos seus dias, compreendo perfeitamente que seja dificílimo.

 

Hoje, tive mais uma prova que, envelhecer pode não ser um tormento, antes pelo contrário, pode ser feliz e digno.

Ao deslocar-me pela rua, olhei para o lado e vi um casal idoso. Os meus olhos ficaram focados neles por breves instantes e, fiquei logo com um conforto no coração. Ao olhar para eles, vi que a senhora já caminhava com uma certa dificuldade, enquanto que, o seu marido, tinha um pouco de mais facilidade. Para que não se sentisse desamparada, vi o marido a por a mão nas costas da senhora, amparando-a. Segundos depois, a senhora teve de parar devido ao cansaço ao que, a atitude do senhor foi: olhar para a esposa, e dar-lhe um beijinho na testa, como que a dizer: “Não tem problema minha querida, eu estou aqui!”

Eu com esta cena fiquei com o coração quentinho, ao ver tanta ternura entre os dois.

 

Fico muito contente ao ver situações destas e, famílias em que, é dada muita atenção e é tido muito cuidado com estas pessoas. Fico a pensar que, envelhecer pode ser saudável e rico, cheio de novas emoções e sensações.

Assim sim, dá gozo envelhecer!

publicado por Caminhando... às 22:11
12
Set 09

 

(imagem retirada da internet)

 

“ Nesse instante, ainda nada se iniciou dessa estranha viagem que o irá conduzir ao coração do mistério e do sofrimento. Uma peregrinação secreta e solitária que ao mesmo tempo o vai esmagar e fazer renascer, mas também confrontá-lo com os seus grandes medos, os seus remorsos mais profundos, as suas esperanças mais loucas.

Sabemos com toda a certeza aquilo que temos dentro de nós?

E se assim não é, o que estaremos prontos a fazer para nos conhecermos verdadeiramente? “

 
Passagem do livro: "Volto para te levar" - Guillaume Musso 

 

 

A amiga do blog Pedacinho de mim ofereceu-me este prémio / desafio, o qual mais uma vez agradeço!!

 

 

Regras:

- Responder às quatro questões que se seguem.

- Enviar a 5 blogs.

 

1. Música Mágica: Custa-me escolher só uma: Fix You- Coldplay, Alegria- Cirque du Soleil, etc.

2. Filme Mágico:  "Tempo de morrer", "I'am Sam", entre muitos outros.

3. Viagem Mágica: E porque não por Portugal. Nada melhor do que antes de conhecer os outros, conhecer o nosso próprio País.

4. Maquilhagem Mágica: Não uso.

 

Ofereço este mimo a todos vocês!! Gostaria muito de o ver nos vossos cantinhos

publicado por Caminhando... às 22:23
26
Ago 09

(imagem retirada da internet)

 

“Não há tempo para nada, estamos todos cheios de pressa: não há tempo para ler, nem telefonar a um amigo só para saber se está tudo bem. Como não há tempo, as pessoas por vezes ligam-se e dizem: “Olha, só te liguei para te pedir um favor” e depois de o fazerem, invariavelmente desligam prometendo que para a semana iremos almoçar. E até iríamos se houvesse tempo, mas não há. E assim não vamos almoçar. As pessoas só têm tempo quando estão presas no trânsito ou numa situação em que são obrigadas a ter tempo, tipo presas no trânsito. Ou então à espera do autocarro. Ou à espera da sua vez na consulta. Ou à espera de ser atendido na fila longa. As pessoas têm tempo quando estão à espera. É um tempo forçado, como se fosse numa prisão domiciliária, uma liberdade condicional, mas é tempo. Se não houvesse filas de trânsito ou do talho, ninguém teria sequer este tempo, que não é bem aquele tempo no seu estado mais puro, como o tango de Gardel.
 
Ás vezes ligam-me pessoas que parecem ter tempo para mim e interromperam o seu dia para me perguntar como é que estou: “Que é feito de ti que nunca mais disseste nada?”; que me têm visto aqui e ali, que estou em grande. Perguntam-me se eu tenho falado com aquele amigo que ambos temos em comum ­ – “Ainda andas com aquela?” – se estou mesmo bem, se sempre me mudo, se é verdade o que lhes haviam dito, até que de repente, abruptamente me dizem: “Olha! Chegou a minha vez, estão a chamar o meu nome nas colunas!”; que têm de entrar, mas que ligam mais tarde. As pessoas que dizem que ligam mais tarde nunca ligam mais tarde. As pessoas que dizem que ligam mais tarde quando ouvem o seu nome nas colunas são iguais às que dizem que para a semana iremos almoçar. Não vêm almoçar. Não vão ligar mais tarde. Não vão mais nada.
 
As pessoas sem tempo não o procuram porque se habituaram a não o ter. E quando alguém se lhes abeira e anuncia que tem tempo para lhes dar, assustam-se com essa perspectiva e dizem logo que não têm tempo para isso: “Ai que tenho isto para fazer, ai que não posso, ai que não me dá jeito, ai que não consigo, ai que é impossível!” As pessoas sem tempo não quem tê-lo e por isso o matam. Há pessoas que passam a vida a matar o tempo e deviam ser presas por isso como um qualquer homicida. Porque aí, voltaríamos a ter tempo, como se estivéssemos numa fila de trânsito, à espera que a coisa ande.”
 
Fernando Alvim
 
Custará assim tanto arranjar tempo para quem se gosta? Muito sinceramente acredito que, quando realmente se gosta existe tempo, nem que seja para mandar uma mensagem a saber se está tudo bem ou só para dar um "Olá!" como que a dizer: "Lembrei-me de ti, és importante para mim."
A sociedade em que vivemos e em que naturalmente estamos mergulhados exige muito de nós a todos os niveis mas, para quem mais gostamos e para quem precisa, existe sempre tempo. Havendo vontade, arranja-se tempo. Não valerá a pena aproveitar quem temos aqui, valorizando-os e mostrando-lhes que não nos esquecemos deles?
Penso que é necessário e de extrema importância fazer-se uma mudança e olhar em mais do que uma direcção, em vez de somente se canalizar esforços para sucessos e crescimentos individuais.
publicado por Caminhando... às 21:18
30
Jul 09

(imagem retirada da internet)

 

Tendo ainda como tema principal a vida, e a melhor maneira de a aproveitarmos, encontrei este texto que gostei imenso e me fez todo o sentido.

 

“A vida, na sua magnífica diversidade, vai-nos oferecendo constantemente novas situações, para as quais nunca estamos verdadeiramente preparados. Algumas são duras: um fracasso grande, uma doença que veio para ficar, a morte de alguém que nos faz falta...

Estas limitações da experiência forçam-nos a crescer continuamente; mantêm-nos tensos, esforçados. Permitem-nos ter constantemente objectivos diferentes. Dão cor à nossa vida. É assim que nos podemos manter de algum modo jovens em qualquer idade. Quem programou este jogo da vida fê-lo de forma a que este tivesse sempre interesse. Subimos de nível, saltamos do material para o espiritual, varia o grau de dificuldade, mudam os adversários e o ambiente - como nos jogos electrónicos...

Não somos poupados a sofrimentos, mas é-nos dada a possibilidade de reagir e continuar a avançar. Se temos saudades do que ficou atrás, também nos é permitido sonhar com o que está adiante. Se conservamos o sabor de derrotas que tivemos, também planeamos a vitória que se segue.

No jogo da vida, as derrotas deixam marcas, as feridas fazem mesmo doer, muitas vezes não recuperamos aquilo que perdemos. Estamos ancorados à realidade e, por isso, para nos divertirmos, para nos sentirmos como aventureiros no meio de tudo isto, temos necessidade de coragem. E de não calarmos aquilo que dentro de nós nos chama a um sonho, clama por aventura, pede para fazermos com a vida qualquer coisa que seja grande.

 

Poderíamos dar ouvidos ao medíocre que quer instalar-se em nós. E evitar, por medo e preguiça, as dificuldades, as complicações, o sonho. Mas "evitar o perigo não é, a longo prazo, tão seguro quanto expor-se ao perigo. A vida é uma aventura ousada ou, então, não é nada". Quem disse isto foi Helen Keller, a menina cega, surda e muda que veio a ser pedagoga e escritora.

A mediocridade tira toda a graça e todo o sal ao tempo que passamos aqui.”

 

Paulo Geraldo

publicado por Caminhando... às 11:07
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