Caminhando...
 
24
Out 10

(imagem retirada da internet)
 

Nestes dias, tive conhecimento das obras do escritor brasileiro José Mauro de Vasconcelos. Procurei cá por casa e comecei por ler o “Doidão”.

Há uns dias acabei de ler o “Veleiro de Cristal” e emocionei-me e derreti.

Citando o resumo presente no livro:

 “Esta é uma história que se dirige aos leitores que sabem que existe alguma coisa além do quotidiano, que o mundo também pode abrigar o sonho, o maravilhoso, o diferente.

O menino Edu é um personagem que faz pensar e emociona, porque a sua imaginação é ágil e povoa o seu mundo de seres extraordinários que acabam por ter vida própria, aquela vida que está além do que os olhos vêem.

(…) A bordo do Veleiro de Cristal, nave brilhante que existe dentro de todos nós, é possível compreender melhor o que está ao nosso redor e perceber o que fica além, nos limites ambíguos do real e do irreal. Para o menino Edu, a companhia de amigos dedicados, alegres e brilhantes como o velho tigre de bronze, ou a sábia coruja Mintaka.”

 

Fiz imensas marcações no livro e, uma delas foi esta conversa entre o menino Edu e o seu amigo o tigre de bronze:

“ – Eu estava a pensar numa coisa enquanto me contavas a tua história. A diferença entre nós, as feras e os homens.

– Porquê?

–Nós somos mais rígidos e mais lógicos em certas coisas. Quando nasce uma cria defeituosa nós destruímo-la sem que ela sofra. Abreviamos cedo o grande sofrimento que ela teria de suportar mais tarde.

– Correcto. Mas eu não gostaria de ter perdido toda esta beleza da vida que os meus olhos me trouxeram até hoje. Apesar de tudo a vida é uma verdadeira beleza.”

 

Outra foi este diálogo novamente entre os dois, que aconteceu antes da operação de Edu:

  “ – É duro dizer adeus.
(…)

– Sabes de uma coisa, Edu? Um dia eu prometo que irei buscar-te para uma viagem linda. E o veleiro será diferente porque poderá até voar.

– Falas a sério?
– Por que mentir a um amigo?

– Não é porque estás com pena de mim? Com pena porque vou fazer esta operação?

  Nada disso. Estou a falar porque sou teu amigo e mesmo longe vou estar sempre a pedir À Vida por ti...
– Ela está a caminho” (a tia Anna). “Adeus Gabriel.

– Adeus, meu filho que a ternura faça ninho no teu coração.
– E a viagem?
– Está prometida. Espera com todas as esperanças e fé na alma.

– Adeus, Gabriel.

– Adeus”

 

No fim, Edu acaba por falecer e despede-se da tia dizendo:

“ – Anna, por favor abra a janela que eu quero ver a noite. Na noite está o meu veleiro de cristal à espera para partir. Adeus.”

 

É mesmo um livro muitíssimo bonito e que nos toca. Um livro a reler!

 

 

Nota: Para quem o quiser ler, encontrei o livro online aqui!

publicado por Caminhando... às 17:47
17
Out 10

 (imagem retirada da internet)

 

“O problema de tudo isto é não nos deixarmos levar, seria tão mais fácil se o fizéssemos. Mas não, a desconfiança que se instalou em nós impede-nos disso. A mesma que de nós se apoderava, no tempo em ainda não existia uma moeda única como agora existe o euro. Ia-se a Espanha comprar caramelos, enchia-se o saco com as pesetas cambiadas e ficava-se ali, de olhar desconfiado, a ver se o homem se enganava nos trocos. E o homem dava-nos o troco e mesmo depois de termos confirmado que estaria certo – e estava certo - ficávamos sempre com a sensação, que de uma forma ou de outra, teríamos sido levados. E se calhar, tínhamos.

Crescemos a ouvir isto: “ Tu não te deixes levar!” e só agora percebo o mal que nos terá feito. Crescemos tanto, ficamos tão adultos, tão sábios, tão certos de tudo e de todos, que desaprendemos a deixar-nos levar. E eu quero deixar-me levar, como quando eu era mais pequeno e alguém me dizia “ vamos por ali!” e eu, sem que conhecesse o caminho, ia por ali, deixando-me levar, até que o fim do dia me devolvesse a casa ou uma carrinha daquelas camarárias.

O mundo está perigoso, dirão. Está bem, concordo, mas não é por isso que eu deixarei de sair à rua. Do mesmo modo, que não me deixarei de entregar a quem pouco ou nada saiba. Por mim, pode ser às escuras, que eu já vejo tanto. Por mim, pode ser já agora que amanhã é longe. E não quero saber de tudo, não preciso. Mania esta de que querermos saber tudo com detalhe. Eu não. Quero ter dúvidas e muitas de preferência. Quero ter boas dúvidas. Quero sentir que pouco ou nada sei sobre aquela pessoa como se esta fosse um livro novo que ainda não começámos a ler. E não, não quero saber a história, não preciso que me contem o filme todo porque já tenho o livro e quero lê-lo. Do mesmo modo que tenho uma vida e quero vivê-la sem grandes sinopses. Eu não quero saber de tudo. Que graça tem explicarem-me tudo, antes mesmo de eu o ter percebido. Isso é contarem-me o filme e eu quero ir vê-lo à sala de cinema.

E aqui chegado, o que eu quero, é deixar-me levar mesmo que perceba que me estou a deixar levar. Era preferível que não percebesse mas o que é querem? A idade adulta deu cabo disto. Por mim podem enganar-me à vontadinha, dizer que o amor é para sempre e que o Benfica ainda vai ganhar o campeonato – eu acredito, vos juro - podem afiançar-me que eu sou a única pessoa na vossa vida e a mais importante de todas elas – eu acredito, eu acredito – que é bom investir agora em acções – em compro, eu compro.

Daí que não queira fazer mais perguntas, por mim, está bom assim. Quero deixar-me levar. Já hoje. Daqui. Agora.”

 

Fernando Alvim
10
Out 10

Vi hoje esta noticia e não quis deixar de a partilhar!
 
Boa semana!
publicado por Caminhando... às 22:19
02
Out 10

(imagem retirada da internet)
 
(imagem recebida por email)
 

Num dia da semana que passou, resolvi fazer algo que há muito queria mas, devido a alguns impedimentos não me tinha sido ainda possivel. Resolvi ir Doar Sangue. Enquanto mo tiravam, estive a falar com um senhor que já era doador há 40 anos e este disse-me que era algo tão simples e pela sua importância, “qualquer pessoa pode e deve dar pois, havendo vontade e saúde e por muito preenchida que esteja a agenda, existe sempre tempo”. Não custa mesmo nada e demora muito pouco tempo: uns 30 minutos.

 

Estando tudo bem, farei por me tornar dadora assídua e, agora segue-se a doação de medula óssea!

Que ajudemos outros a melhorar e a manter-se vivos!

 

Links úteis:

Instituto Português do Sangue 

CEDACE

 

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