Caminhando...
 
27
Jan 11

(imagem retirada da internet)

 

“Um único acontecimento pode provocar a morte, basta pouco. Porém, quando se regressa à vida, quando se nasce uma segunda vez e surge o tempo escondido das recordações, o instante fatal torna-se sagrado. Primeiro, morre-se. Depois, quando para minha grande surpresa, a vida voltou a animar-se em mim, fiquei muito intrigado com o “divórcio entre a melancolia dos meus livros e a minha aptidão para a felicidade”.

A solução que nos permite reviver seria, então, uma passagem, uma lenta metamorfose, uma longa mudança de identidade? Quando se esteve morto e se regressa à vida, deixa de se saber quem se é. Tem de se descobrir e testar-se para provar que se tem o direito de viver."

 

"Resiliência - Essa inaudita capacidade de construção humana" - Boris Cyrulnik

19
Jan 11

Na segunda-feira (dia 10 de Janeiro de 2011) tive a honra de assistir a uma leitura e diálogo sobre o texto Limiar. Estiveram presentes os actores, o encenador e uma das terapeutas. Adorei ouvi-los e o texto tocou-me profundamente. É poderosíssimo, muito bem construído e muito actual.

Na passada sexta feira resolvi ir ao Teatro da Malaposta assistir ao espectáculo e fiquei maravilhada.

No fim da actuação os actores sentaram-se no palco e conversaram com o público relativamente ao que este tinha sentido. Tal como na Universidade também aqui foi feito silêncio pois o texto é muito rico e até um choque para muitos.

 

Deixo-vos aqui partes de dois artigos, um saído no Jornal Público e outro no Jornal I:

““Que fronteiras separam a sanidade da loucura, a normalidade da anormalidade? É esta a pergunta que levanta a peça Limiar, apresentada pelo Grupo de Teatro Terapêutico do Hospital Júlio de Matos, escrita pelo actor e encenador João Silva a partir de conversas e discussões de grupo com vários doentes do hospital.

  

(imagem retirada da internet)

 

Com o grupo desde a sua fundação, há 42 anos, insiste que não fala da loucura, mas "da sociedade em que vivemos". Logo nos primeiros minutos ouve-se: "O que tu pensas da loucura é o que não é. Aquilo que tu chamas de normalidade é, quem sabe, a mais completa loucura."

Segundo João Silva, o texto surgiu a partir de “fragmentos da vida ligados por um limiar daquilo que nós suportamos ou nos é permitido”.

A peça foi apresentada pela primeira vez no Teatro Nacional D. Maria II, em Novembro de 2009. A boa recepção do público levou à realização de mais quatro espectáculos no Auditório do Instituto Português da Juventude.

Posteriormente, face ao interesse suscitado pelo espectáculo e à indisponibilidade de salas para reposição, foi criado o projecto “Leituras e Diálogos com o texto Limiar”, com a leitura e discussão de excertos da peça em várias faculdades de psicologia do país.

Este é, como o nome indica, um grupo terapêutico. Há casos de depressão, esquizofrenia, doenças obsessivas, perturbações de pânico e ansiedade, predomina a doença bipolar. Só dois dos membros estão internados. Todos mostram progressos depois de algum tempo de trabalho. Ou, como dizem na peça, começam a "curar os monstros que agridem duro cá dentro de nós".

  

(imagem retirada da internet)

 

O grupo não dispõe de quaisquer apoios oficiais, recebendo apenas um subsídio do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa. “Há muito pouca gente e recursos” diz João Silva.

 

Para além da direcção do encenador, os pacientes contam com o acompanhamento de duas técnicas de saúde mental, Isabel Calheiros e Liliane Viegas.

“A nossa filosofia de existência é não tratar as pessoas como doentes mentais”, afirma a terapeuta ocupacional Isabel Calheiros, que colabora com o grupo desde 1992. “Existe uma tendência para manter uma distância face a estas pessoas, mas nós procuramos estar próximos”, acrescenta.

 

(imagem retirada da internet)

 

Atenção à linha que nos separa da outra margem. É ténue o limiar entre o que é ou não loucura”, repetem várias vezes os actores ao longo da peça, reforçando a ideia de que não existem “duas normalidades iguais” e que, por isso, é importante construir novas fronteiras e pensar para além do que é considerado socialmente correcto.

 

(imagem retirada da internet)

 

Chamando a atenção para a bipolaridade da sociedade actual, onde “há cada vez mais ricos em abundância e pobres em extremo”, a peça Limiar é assim uma metáfora do real de experiências vividas. Coloca-nos na soleira do desconhecido, num desafio a cada um de nós, diferentes mas iguais.

 

 

(imagem retirada da internet)

09
Jan 11

(imagem retirada da internet)

 

Tenho por hábito fazer um balanço de cada dia, mas em altura de mudança de ano, e de comemoração de mais um aniversário gosto de fazer um balanço global de tudo o que vivi.

Tive a sorte de ter um ano de 2010 muito bom. Foi um ano que me trouxe novas experiências e novos saberes. Um ano atribulado, mas muito positivo.

 

No último dia do ano fui fazer voluntariado na Comunidade Vida e Paz e foi uma experiência óptima e a repetir. Fiz parte da equipa das sandes, e entre todos os voluntários, fizemos o melhor que conseguimos.

Já em 2011, ao passar pela Av. da Liberdade em Lisboa olhei para o lado e vi um sem abrigo que tinha bem junto a si, um dos sacos de sandes que com tanto empenho e gosto estivemos a preparar.

Fiquei de coração extremamente confortado. Comecei assim o novo ano de sorriso bem rasgado.

 

A cada dia mais sentido me faz ler palavras como estas:


“Existe somente uma idade para a gente ser feliz,
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-las
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo, nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que a gente pode criar
e recriar a vida,
a nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores
sem preconceito nem pudor.

Tempo de entusiasmo e coragem
em que todo o desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda a disposição
de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,
e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida da gente
chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa."

 

Autor desconhecido

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