(imagem retirada da internet)
“Somos seres preocupados em agir, fazer, resolver, providenciar. Estamos sempre a tentar planear uma coisa, concluir outra, descobrir uma terceira. Não há nada de errado nisso – afinal de contas, é assim que construímos e modificamos o mundo*. Mas o acto da Adoração faz parte da experiencia da vida. Parar de vez em quando, sair de si mesmo, permanecer em silêncio diante do Universo. Ajoelhar-se com o corpo e a alma. Sem pedir, sem pensar, sem mesmo agradecer por nada. Apenas viver o amor calado que nos envolve.
Nesses momentos, algumas lágrimas inesperadas – que não são nem de alegria nem de tristeza – podem jorrar. Não se surpreenda. Isso é um dom. Essas lágrimas estão a lavar a sua alma.”
Paulo Coelho in “Maktub”
*Nesta busca, por vezes os limites são postos de lado e, o objectivo é sempre mais e mais e mais, chegando depois uma altura em que, se começa a sentir um grande deficit pois, grande é o cansaço e pouco é o conforto e alegria no coração.
Esta busca intensa, leva-nos tantas vezes a esquecer o mais importante que é, o Aproveitar e Usufruir de cada conquista. A questão da quantidade vs qualidade tantas vezes é posta em causa sendo que, ainda muitos acreditam que mais, significa melhor. Será?
A busca incessante por vezes cega-nos e faz com que nos esqueçamos de fazer algo que enche e de que forma o coração, que é a contemplação. Tão bom e necessário que é parar um pouco e ver o que está à nossa volta: O céu azul, o arco-íris, um familiar/amigo a sorrir, os raios de sol, o volver do mar, as árvores a dançar com o soprar do vento. Se quisermos, tanto que podemos Adorar.
Qual será o gozo de aqui estar e não viver? Existem responsabilidades, deveres e obrigações mas, nada nos impede de “viver o amor calado que nos envolve”. Nada nos impede de abrir os braços e envolver este mundo que nos recebeu!
Julgo que, a busca incessante poderia continuar mas, com o principal objectivo de experienciar, aproveitar, cheirar, abraçar, dar, envolver o máximo que conseguirmos e tivermos vontade. Importante é, acredito eu, estar aqui com o principal objectivo de darmos o melhor de nós e confortar e alegrar o nosso e os corações dos que nos rodeiam. Agindo assim, chegaremos ao fim e partiremos seguramente em paz, de coração cheio e com o sentimento de “Missão Cumprida”.