(imagem retirada da internet)
“Não devemos pedir que os acontecimentos ocorram como queremos, devemos querê-los como ocorrem: assim a vida será feliz”.
Epicteto
Ter assuntos mal resolvidos só nos faz mal. Cultivar sentimentos de revolta, raiva, incapacidade para perdoar, vai-nos corroendo e destruindo pouco a pouco.
É difícil aceitar a perda de pessoas queridas, doenças, e tantos outros acontecimentos que nos causam grande sofrimento. É sobretudo complicado aceitar que há coisas que não podemos mudar, pois não estão sob o nosso controlo, mas a verdade é que a vida não nos segue, somos nós que a temos de acompanhar.
Ao não aceitar tornamo-nos amargos, tristes, tratamos os outros da maneira como nos sentimos e a nossa visão da vida fica limitada, pois a única coisa que fazemos é fugir, deixando de ver o que nos rodeia, e consequentemente que a vida nos passe ao lado. Quanto mais resistimos mais perpetuamos o sentimento, tornando-o mais pesado. Em vez de ter algo a correr atrás de nós, podemos trazê-lo para o nosso lado, pôr-lhe a mão por cima dos ombros e dizer: “Que posso eu aprender contigo?” Há que optar entre viver fugindo ou viver sentindo, e entre sobreviver ou efectivamente viver desfrutando ao máximo desta caminhada.
A dor não desaparece, mas em vez de fugir, podemos aprender a saber lidar com ela. Existe sempre alguma ilação a tirar e oportunidades para crescer.
Para aceitar é preciso estar disposto a enfrentar o que nos causa sofrimento, tentando compreendê-lo, e perceber o que aquele acontecimento nos fez ver, que antes não tínhamos capacidade para ver.
Algo que acredito é que a capacidade para aceitar é maior quanto maior for a nossa ligação à vida. Para que esta ligação seja conseguida, precisamos de estar primeiro ligados a nós.
Aceitar não é desistir nem tão pouco resignar-se. É um processo muito complicado, moroso, e pressupõe um intenso trabalho interior. Conseguindo-o, começamos a percorrer um caminho de paz e a vida alarga-se em sentido e profundidade, porque nos tornamos mais atentos e sensiveis a novos aspectos.
Nota: É bom estar de volta!