“Quando Morrie estava contigo, estava mesmo contigo. Olhava para ti a direito nos olhos, e ouvia-te, como se fosses a única pessoa no mundo.
– Acredito em estar completamente presente. Isso quer dizer que devemos estar com a pessoa com quem estamos. Quando estou a falar contigo agora, Mitch, tento concentrar-me apenas naquilo que se passa entre nós. Não estou a pensar em alguma coisa que tenhamos dito na semana passada. Não estou a pensar no que vem ai na sexta-feira.
“Estou a falar contigo. Estou a pensar em ti.”
(…) Tantas pessoas são tão absorvidas por si próprias, que os seus olhos se reviram se falarmos por mais de trinta segundos. Já têm outra coisa qualquer em mente, um amigo para telefonar, um fax para mandar. A sua atenção só acorda quando paramos de falar, altura essa em que dizem “hum, hum” ou “pois, realmente” e fingem o seu regresso ao momento.
– Parte do problema, Mitch, é que toda a gente está com muita pressa. – disse Morrie – As pessoas não encontram sentido nas suas vidas, e por isso passam o tempo a correr à sua procura. Pensam no próximo carro, na próxima casa, no próximo emprego. Depois descobrem que essas coisas são vazias, também, e continuam a correr.
Escutar alguém verdadeiramente – sem tentar vender-lhe alguma coisa, seduzi-lo, recrutá-lo, ou obter algum tipo de status em retorno – quantas vezes ainda temos disso?
Excerto do maravilhoso livro - As terças com Morrie, Mitch Albom
Aqui fica uma excelente iniciativa!
“Todas as rádios portuguesas se uniram numa grande operação para desafiar o país a sorrir. A iniciativa é importada e constava de uma proposta simples: às oito e às nove da manhã, todos os que estivessem a ouvir rádio sorriam para os ocupantes dos carros vizinhos. A cena repetiu-se às seis da tarde”
“Sorriso audível das folhas
Não és mais que a brisa ali
Se eu te olho e tu me olhas,
Quem primeiro é que sorri?
O primeiro a sorrir ri.
Ri e olha de repente
Para fins de não olhar
Para onde nas folhas sente
O som do vento a passar
Tudo é vento e disfarçar.
Mas o olhar, de estar olhando
Onde não olha, voltou
E estamos os dois falando
O que se não conversou
Isto acaba ou começou?"
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
Aqui fica o meu
(imagem retirada da internet)
“Só se atinge um novo nível de comunicação com aquilo a que pode chamar-se compreensão. As pessoas mudam o seu comportamento quando se sentem compreendidas.
Gostar de outra pessoa não é necessariamente compreendê-la. Se há uma pessoa de quem simplesmente não goste, esforce-se por conhecer primeiro o “eu” que não gosta dessa pessoa. A forma como conhecemos outra pessoa coincide inteiramente com a forma como nos conhecemos a nós próprios. Conhecer é saber ouvir o que a outra pessoa está a dizer.
“Quero falar sobre os meus sentimentos”, pode você dizer, “mas ninguém me ouve.” Não é o único que pensa isto muitas vezes. De facto, isso é o que acontece sempre que as pessoas tentam usar a comunicação para competir, em vez de conhecer. Enquanto pensar que a capacidade para comunicar é idêntica à capacidade para falar, nunca experimentará um sentimento de união com outra pessoa. A capacidade para comunicar depende da capacidade para fazer a outra pessoa falar – e da sua capacidade para ouvir o que ela está a dizer. Só se ouve verdadeiramente quando se ouve tudo o que a pessoa está a dizer sem julgar, ou negar, ou comparar essa pessoa connosco.”
Do livro: "Quero falar-te dos meus sentimentos" de Mamoru Itoh
Conheci este livro através deste post da Amiga Marta e fiquei logo muitíssimo curiosa para o ler. Este, é um livro muito especial que tal como está escrito na contracapa "desperta o leitor para os valores simples e essenciais da inter-relação humana".
Muito Obrigada Marta pela tua partilha que me levou a trazê-lo para casa e a deliciar-me ao lê-lo (já por inumeras vezes)!
Infelizmente as notícias nos nossos telejornais têm como temas centrais atentados, pobreza, assassinatos, enfim, não sendo frequente haver notícias positivas.
Ontem, houve uma notícia destas que ao ouvi-la me fez ficar mesmo contente e que gostaria de partilhar convosco.
Foi noticia o concelho de Alcoutim. Mostro-vos o video:
"Inclinam-se para ouvir quem fala. Queixam-se de que são os outros que falam entre dentes. Aumentam o som da televisão. Falam muito alto ou muito baixo. Dão respostas inadequadas. Evitam situações de convívio. Estes são alguns dos sintomas de perda de audição, que – entre os idosos – representa um risco acrescido de isolamento e de depressão. Estudos internacionais demonstram que quanto maior a deficiência auditiva mais profunda é a solidão, a desconfiança e o impacto na auto-estima do idoso.”
(pequeno texto encontrado na internet)
Tão bom ver que esta iniciativa “abriu centenas de vias de comunicação aos idosos”, lhes provocou tantos sorrisos e lhes proporcionou uma maior qualidade de vida!
(imagem retirada da internet)
Nestes últimos dias, passei por uma situação que me fez, mais uma vez, reflectir relativamente à dificuldade de muitos em exteriorizar emoções e palavras.
Muitas são as palavras que, para muitos de nós, custam proferir.
Uma das que mais custa a proferir e consequentemente muito poucas vezes se ouve é o pedido de desculpas.
Para muitos, pedir desculpa é como que uma humilhação, fazendo com que até se sinta perda de dignidade…
Será assim tão complicado assumir um erro?
Será tão difícil enfrentar de frente sabendo que, fazendo-o, se evitaria o fim de algo importante, como uma amizade por exemplo?
Não é fácil pedir desculpa tendo em conta que, ao estar frente a frente com a pessoa lesada por nós, a culpa e até eventualmente a vergonha é tal, que as palavras custam a sair mas, será motivo para não tentar fazer um esforço para corrigir o que se fez…
Muitas vezes, é sentido que se deve um pedido de desculpas mas, existe uma imensa dificuldade em exteriorizar o arrependimento.
Seja o que for, deixar feridas abertas é do pior que há, tanto para o autor do erro, como para a pessoa lesada.
Por vezes, o erro até é irrisório mas, não há humildade suficiente para o assumir, fazendo assim com que, uma amizade ou uma boa relação acabe…
Ficará uma consciência tranquila sabendo que nada fez para corrigir um erro?
Uma pessoa ao pedir desculpa não se está a humilhar nem a perder dignidade, muito pelo contrário, está a mostrar humildade e sobretudo a assumir o que fez, tentando corrigi-lo.
(imagem retirada da internet)
"Falar é uma necessidade, escutar é uma arte"
Von Goethe
(imagem retirada da internet)
“Há momentos e situações em que o olhar comunica mais que as palavras, isso também é intimidade. Creio que sou capaz de dizer muitas coisas sem falar. Quando se estabelece essa relação de intimidade e de amizade, não é necessário falar. [...] frequentemente é melhor não o fazer porque as palavras estão muito gastas.”
António Lobo Antunes
Fui novamente premiada pelo amigo umbreveolhar, o que me deixa
Muito Obrigada pela gentileza, lembrança e generosidade!
(imagem retirada da internet)
E te pões a dar-me conselhos
Não estás a fazer o que te pedi.
Quando te peço que me ouças
E me dizes que não me devia sentir assim,
Estás a ferir os meus sentimentos. "Quando te peço que me ouças
Ouve, é tudo o que te peço!
Não fales, não faças nada!
Escuta-me apenas!"
Os conselhos são muito bem vindos, eu própria os dou quando sinto que está ao meu alcance fazer algo pelo outro! Mas o meu objectivo ao expor este texto, é transmitir a importancia do ouvir, do estar lá, do mostrar interesse, que penso ser a base de qualquer saudavel e reciproca relação*
(imagem retirada da internet)
Palavras quem as diga, ciente ou não da sua importância.
Palavras que quando proferidas, entristecem e alegram
Envolvem e dispersam,
Acarinham e magoam.
Quando ditas com ternura confortam,
Quando ditas com maldade ferem.
Palavras quem as diga, ciente ou não da sua importãncia.
Palavras poderosas e diversas são.
Existindo palavras que não custam proferir:
- Obrigada pela tua companhia;
- É bom ter-te aqui!
- Apetece-me dizer-te... Gosto de ti!
Que ditas com honestidade, confortam um coração.
Palavras quem as diga, com franqueza e moderação as deve utilizar*